Móveis e eletrodomésticos encerram 2018 com baixa de 1,3% nas vendas

Varejo de eletromóveis manteve-se positivo até o segundo semestre, quando fatores econômicos e políticos frearam o consumo no setor

Publicado em 13 de fevereiro de 2019 | 14:29 |Por:

O comércio de móveis e eletrodomésticos em 2018 fechou com baixa de -1,3% no volume de vendas em comparação com o ano anterior, informou nesta quarta-feira (13) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A receita no varejo de eletromóveis também encerrou o ano em taxa negativa (-1,4%).

De acordo com o IBGE, o comportamento negativo do setor de móveis e eletrodomésticos em 2018 foi impactado pela alta base de comparação, pois essa atividade teve altas acentuadas em 2017, beneficiada principalmente pela liberação dos recursos do FGTS – incentivo ao consumo que não ocorreu em 2018.

Produção do setor moveleiro cai 0,3% em 2018

O consumo de móveis e eletrodomésticos em 2018 manteve-se positivo até o mês de junho (0,6%), mas iniciou a trajetória descendente no mês seguinte, quando caiu para -0,5% em julho. “Foi um (segundo) semestre marcado pela alta do dólar, por incertezas diante do período eleitoral e pela recuperação da greve dos caminhoneiros”, explicou a gerente da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, Isabella Nunes.

O comércio de móveis e eletro, com variação de -5,1%, foi uma das atividades varejistas que mais caíram na passagem de novembro para dezembro. A taxa global neste tipo de comparativo foi positiva, com 2,2%, mas acompanhada de resultados negativos em cinco das oito atividades pesquisadas.

O setor de eletromóveis exerceu a segunda maior pressão negativa, a frente apenas de outros artigos de uso pessoal e doméstico (-13,1%) no comparativo entre dezembro e novembro de 2018. “Como em novembro houve uma disparada nas vendas por causa da Black Friday, já era esperado que dezembro registrasse queda”, disse a gerente.

Na comparação entre dezembro de 2018 e o mesmo mês de 2017, o comércio de móveis e eletrodomésticos declinou 5,3%, sendo esta a taxa negativa mais influente no composto geral do varejo, cuja alta foi de 0,6%.

O comércio varejista como um todo fechou 2018 com alta de 2,3%, a maior taxa anual desde 2013, quando as vendas aumentaram 4,3%. Foi o segundo resultado positivo consecutivo, ficando ligeiramente acima do desempenho de 2017, quando subiu 2,1%. Mesmo assim, o crescimento acumulado de 4,4% nos últimos dois anos não recuperou a queda de 10,3% em 2015 e 2016.

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