Lojista 423

40 Móbile Lojista 423 | Outubro 2025 | Ano XLIII A velocidade com que esses dados são captados e processados é igualmente importante. Não basta ter informações: é preciso transformá-las em respostas rápidas e úteis. Mesmo pequenas lojas podem usar o histórico de vendas e o comportamento de compra para embasar decisões mais estratégicas em relação a campanhas sazonais, precificação e composição do mix. O especialista lembra que existem ferramentas simples e acessíveis que permitem filtrar e visualizar esses dados com clareza, como planilhas automatizadas, dashboards integrados e softwares de CRM com relatórios prontos. O essencial é dar o primeiro passo: mesmo soluções básicas já podem gerar valor quando bem aplicadas, e a curva de aprendizado tende a ser rápida. A variedade diz respeito à capacidade de cruzar diferentes fontes de dados – algo que pode parecer distante da realidade do pequeno lojista, mas não precisa ser. Já é possível, com ferramentas acessíveis, analisar o comportamento de compra dos clientes, o desempenho de cada categoria e comparar preços com plataformas como Google, Buscapé e Zoom. Um exemplo prático é observar os produtos mais buscados no Google por região, comparar com os itens mais vendidos na loja e verificar se há sinergia entre oferta e demanda. Isso permite ajustar o sortimento com mais precisão, otimizando espaço e margem de lucro. TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Entre os 5 V’s, Moulin destaca a veracidade como o maior desafio. “Muitos lojistas sequer sabem quais são suas fontes de dados, ou não validam essas informações antes de usá-las. Dados incorretos ou incompletos podem levar a decisões ruins”, alerta. Para minimizar esse risco, é essencial aplicar rotinas de verificação, como atualizações periódicas do cadastro de clientes e revisão de métricas antes de lançar campanhas. Por fim, o valor está diretamente ligado à capacidade de transformar dados em benefícios reais para o cliente ou para o negócio. “Já que o consumidor está fornecendo dados, o mínimo é usar isso para entregar algo relevante, como uma promoção, uma sugestão personalizada ou um atendimento mais assertivo”, completa. Nesse sentido, a personalização se torna não apenas uma vantagem competitiva, mas uma expectativa crescente do consumidor. DATEORIAÀPRÁTICA: OPAPELDA IA A Inteligência Artificial (IA) tem ampliado exponencialmente o uso dos dados. Assistentes virtuais, automação de atendimento, CRMs inteligentes e sugestões de compra personalizadas já estão ao alcance de empresas de todos os portes. Muitas dessas soluções são acessíveis e podem ser implementadas de forma gradual, inclusive por lojistas menores, sem necessidade de grandes equipes ou investimentos. Moulin reforça que essas tecnologias devem ser vistas como aliadas, e não substitutas da inteligência humana. Ele lembra que a qualidade das respostas depende muito de como a pergunta é formulada: quanto mais claras e direcionadas, maior a chance de a IA convergir para uma resposta útil. A recomendação do especialista é simples: testar, praticar e usar as soluções já disponíveis no mercado, sem a necessidade de buscar sempre novidades. ChatGPT, Gemini e Copilot, da Microsoft, são alguns exemplos que podem apoiar o dia a dia do lojista. Outro ponto importante, segundo Moulin, é que o lojista deve dominar o conhecimento do próprio negócio para avaliar o que a tecnologia entrega. “Nesse contexto, cabe ao lojista fazer a curadoria das informações, identificar o que está certo ou não e, sempre que possível, solicitar as fontes de onde os dados foram retirados para verificar sua confiabilidade.” Ele reforça ainda que a IA não precisa ser a única base de consulta: ferramentas de busca como o Google podem complementar e enriquecer a análise, tornando o processo de decisão mais seguro e consistente. CAPTURA DE DADOS E LGPD No ponto de venda físico, a coleta de dados ainda costuma se limitar ao CPF e a alguns cadastros básicos. Mas o processo pode ser enriquecido. Perguntas simples, feitas de forma transparente, ajudam a compreender preferências e hábitos do consumidor. O essencial é oferecer uma contrapartida clara: benefícios reais como descontos, ofertas exclusivas ou conteúdos personalizados. Moulin exemplifica: o lojista pode solicitar e-mail ou celular do cliente já no ato da compra, deixando claro o objetivo do uso. “Podemos enviar promoções direcionadas?” ou “Gostaria de responder uma pesquisa rápida para que possamos atendê-lo melhor?” são abordagens possíveis, desde que agreguem valor para o consumidor. Para o especialista, esses processos pedem criatividade e empatia. “É preciso pensar sempre com a visão do cliente: o que me faria, como consumidor, compartilhar meus dados pessoais?”, questiona. Essa lógica, segundo ele, é o que garante cadastros mais completos e úteis para futuras ações de relacionamento. Todo esse cuidado precisa estar alinhado à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Moulin recomenda que o lojista acompanhe as práticas do setor e busque orientação jurídica sempre que houver dúvida. Entre as boas práticas estão: explicitar como as informações serão usadas, pedir consentimento expresso e oferecer a opção de descadastramento a qualquer momento. PRIMEIROSPASSOS Para quem quer começar, Moulin sugere procurar apoio de especialistas ou agências que já trabalham com CRM e marketing de dados. Ele também recomenda pesquisar soluções já

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