Lojista 421
47 Móbile Lojista 421 | Agosto 2025 | Ano XLIII Diogo Figueiredo Alves | Minha trajetória profissional começou aos 18 anos, como vendedor na antiga varejista Eletro Shopping, na filial da Rua do Comércio, no centro de Maceió (AL). Foi meu primeiro emprego e meu primeiro contato com vendas. Pouco tempo depois, surgiu a oportunidade de atuar como preposto de um amigo que já trabalhava como representante. Esse novo desafio começou em 2011, e trabalhamos juntos até 2013. No início de 2014, decidi virar a chave: fui em busca das minhas próprias representadas e assim nasceu a Alves Representações. Desde então, seguimos crescendo, ampliando nossos negócios e, há mais de uma década, entregamos soluções comerciais com foco em resultado e relacionamento. Lojista | Quais marcas você representa atualmente? Em quais regiões atua? Alves | Nossa área de atuação abrange os estados de Alagoas e Sergipe. Atualmente, trabalhamos com marcas de grande relevância no mercado, como Móveis Lopas, DJ Móveis, Colchões Gazin, Suprema Estofados e Itatiaia. Esta última, inclusive, gigante indústria de cenário nacional e internacional que neste mês de agosto comemora 61 anos de história. Consolidada como uma empresa de multicategorias e sempre atenta às necessidades de seus clientes, seus produtos se destacam pela qualidade, praticidade, design, tecnologia e funcionalidade. Isso está no DNA da marca. Parabéns, Itatiaia! Me sinto muito orgulhoso de fazer parte dessa história e de representar empresas tão sólidas e inspiradoras como as que fazem parte do nosso portfólio. Lojista | O que mais te motiva no dia a dia dessa profissão? Alves | Trabalhar com pessoas. Eu gosto de estar perto dos meus clientes, de me conectar com eles, com suas equipes e entender a estrutura como um todo. Gosto de trazer soluções comerciais reais, que façam diferença no dia a dia de cada negócio. Sou movido a desafios e vender, para mim, nunca foi falar apenas sobre o produto que eu represento, vai mais além, é sobre relacionamento, confiança e propósito. Lojista | Existe alguma história marcante ou aprendizado importante da sua vivência como representante que gostaria de compartilhar? Alves | Em mais de dez anos de carreira como representante comercial, passei por altos e baixos. Quem vive essa rotina sabe bem como é. Entre tantas histórias, tem uma que marcou minha trajetória. Quando decidi abrir minha própria empresa, estava cheio de energia e expectativas. Mas logo depois, em 2015, o País mergulhou numa crise econômica e o comércio local foi diretamente afetado. As vendas caíram, alguns clientes importantes pararam de comprar, outros ficaram inadimplentes e eu, sem ter ainda uma estrutura financeira sólida, me vi diante de uma situação difícil. Tive que fazer escolhas duras, inclusive vender um bem pessoal para continuar. Recalculei a rota, mudei a estratégia, otimizei a carteira de clientes e fui buscar conhecimento, novas técnicas de venda, novas formas de enxergar o mercado. Na época, muita gente me criticou por insistir, outros disseram que a concorrência ia me tirar do ramo. Mas eu segui em frente, com os pés no chão e a cabeça firme. Aprendi que, às vezes, é preciso dar dois passos para trás para seguir seu caminho. Essa fase me ensinou muito. E até hoje acredito que as maiores quedas vêm antes das maiores ascensões. Lojista | Ao longo dos anos, o setor passou por diversas transformações. Quais mudanças mais chamaram sua atenção e de que forma impactaram seu trabalho? Alves | Antes, o papel do representante era muito mais ligado à intermediação de pedidos. Ele apresentava o produto, fazia a venda e seguia adiante. Hoje, isso não basta. O mercado passou a exigir muito mais preparo, estratégia, leitura de cenário e relacionamento contínuo. O representante tornou-se uma peça importante no planejamento comercial dos lojistas e na construção de marcas junto à indústria. Na prática, isso impactou diretamente o meu trabalho. Precisei me posicionar não só como vendedor, mas também como empresário e gestor de negócios, trazendo visão de mercado, orientando clientes sobre exposição de produto, ações promocionais e até tendências de consumo. Essas mudanças exigiram mais proximidade com os times de vendas dos meus clientes e uma atuação muito mais analítica. Lojista | Testemunhamos também mudanças na forma de comprar e vender. Alguma dessas alterações influenciou a empresa ou a sua atuação profissional? Alves | Nos últimos anos, a forma de comprar e vender mudou de maneira significativa. O consumidor de hoje é mais consciente, criterioso, tem tecnologia como uma grande fonte de informação, logo ele espera encontrar valor em cada escolha que faz. Ele compara mais, pesquisa mais e está atento à experiência que a loja entrega, não apenas ao produto. Essas mudanças exigiram que os lojistas se reinventassem desde a compra no mix de produtos até a abordagem comercial. Naturalmente, isso também impacta a nossa atuação como representantes.
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