Lojista 419

15 Móbile Lojista 419 | Junho 2025 | Ano XLIII O PIB do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre, com destaque para o agronegócio e investimentos. O fortalecimento do mercado de trabalho – com a criação de 257,5 mil vagas e desemprego recuando para 6,6% – impulsionou o consumo das famílias. Esse movimento beneficiou o varejo de móveis, que percebeu maior procura por produtos básicos e planejados, mas ainda com seletividade. RECUPERAÇÃO DO CONSUMIDOR MOVIMENTA O SETOR Depois desse cenário, que inclui inflação elevada e juros que pressionam o consumo e o crédito, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE subiu 1,9 ponto, para 86,7 pontos, refletindo uma leve recuperação. Economista do FGV IBRE, Anna Carolina Gouveia, destaca que “a terceira alta consecutiva da confiança do consumidor parece sinalizar uma tendência de gradual recuperação das fortes perdas incorridas entre dezembro de 2024 e fevereiro deste ano, recuperando menos de 30% das perdas, motivada pela melhora tanto da percepção atual quanto das expectativas para os próximos meses”. O índice subiu 1,1 ponto em médias móveis trimestrais, para 85,3 pontos. O avanço foi puxado pelo crescimento da confiança nas faixas de renda entre R$ 4.800 e R$ 9.600 (+3,0 pontos) e acima de R$ 9.600 (+2,6 pontos). Entre as famílias com até R$ 2.100, a alta foi modesta (+0,9 ponto), interrompendo uma sequência de cinco meses de quedas. O Índice de Situação Atual (ISA) subiu 2,9 pontos, para 84,0 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) avançou 1,0 ponto. Os quesitos de situação econômica local e financeira das famílias registraram altas expressivas. Apesar da melhora, o indicador de compras previstas de bens duráveis recuou 0,7 ponto, para 77,2 pontos, apontando que o consumidor segue cauteloso e priorizando gastos essenciais. COMÉRCIO SE AQUECE E ENFRENTA DESAFIOS Além disso, o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) do FGV IBRE avançou 1,2 ponto, para 88,7 pontos. O Economista do FGV IBRE, Rodolpho Tobler, comenta que “a confiança do comércio volta a subir em maio, com a novidade da melhora nos indicadores sobre presente. Ainda não recupera todas as perdas dos meses anteriores, mas já é um sinal favorável sobre a demanda corrente”. O Índice de Situação Atual do Comércio (ISA-COM) subiu 5,2 pontos, para 93,4 pontos, e o indicador de situação atual dos negócios IMPACTOS E DICAS PARA O VAREJO MOVELEIRO O atual cenário de recuperação gradual da confiança do consumidor, do comércio e das empresas representa tanto um alívio quanto um desafio para o varejo moveleiro. Embora indicadores sinalizem retomada, o ambiente macroeconômico ainda exige cautela. Para o setor, isso significa um consumidor mais seletivo e atento a preços e qualidade. O movimento positivo observado em maio reflete maior disposição para consumo, beneficiada por um mercado de trabalho aquecido e leve desaceleração da inflação. Por outro lado, a elevação da taxa Selic e as dificuldades de acesso ao crédito ainda travam decisões de compra, principalmente de produtos de maior valor agregado. Dicas para o varejo: - Reforce o foco em produtos com bom custo-benefício e design funcional; - Invista em ações promocionais e condições facilitadas para o consumidor; - Explore o canal digital e as vendas omnichannel para ampliar o alcance; - Aperfeiçoe a experiência de compra na loja, com atendimento consultivo e soluções personalizadas; - Monitore de perto as tendências do mercado e adapte estratégias rapidamente. Essas práticas ajudarão o varejo moveleiro a aproveitar os sinais de retomada, mesmo diante de um cenário que ainda exige resiliência e inovação. avançou 7,5 pontos, para 95,4 pontos. O volume de demanda atual cresceu 3,0 pontos, refletindo um movimento positivo nas vendas, principalmente de produtos básicos e de categorias como móveis e eletrodomésticos, beneficiados pela redução da inflação de maio e pela valorização da renda. Entretanto, o Índice de Expectativas do Comércio (IE-COM) recuou 3,0 pontos, para 84,5 pontos, e os lojistas seguem enfrentando custos elevados e dificuldades de acesso ao crédito.

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