Lojista 418

12 Móbile Lojista 418 | Maio 2025 | Ano XLIII BALANÇO DE MERCADO Por: Júlia Magalhães Confiança reage, mas consumo segue contido Após meses de retração, abril registra alta nos índices de confiança do consumidor e do comércio, mas consumo de bens duráveis ainda enfrenta cautela O mês de abril trouxe um alívio moderado ao setor varejista. Após quatro quedas consecutivas, o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) subiu 4,4 pontos, impulsionado por uma melhora nas expectativas dos empresários. “Depois de uma sequência de quedas, a confiança do comércio volta a subir e recupera pouco menos da metade da perda acumulada nos últimos quatro meses”, observa o economista do FGV IBRE, Rodolpho Tobler. Segundo ele, o cenário continua desafiador, mas há uma calibragem no pessimismo diante de sinais mais favoráveis no mercado de trabalho e no consumo. No mesmo ritmo, a confiança do consumidor avançou pelo segundo mês consecutivo, atingindo 84,8 pontos, impulsionada principalmente pela melhora nas expectativas econômicas. “Essa recuperação ainda é parcial Enquanto indicadores de confiança esboçam reação, o consumo segue freado pela seletividade e pela cautela do consumidor Freepik – representa apenas 11% das perdas registradas entre dezembro e fevereiro”, explica a economista Anna Carolina Gouveia, também da FGV IBRE. Ainda assim, é uma sinalização importante, especialmente no que diz respeito à percepção de melhora futura na situação financeira das famílias. A análise por faixa de renda revela contrastes importantes: famílias com rendimentos entre R$ 2.100 e R$ 9.600 demonstraram mais otimismo em abril, enquanto a confiança das camadas de menor renda recuou pelo quinto mês consecutivo. A combinação entre renda pressionada, juros elevados e inflação em serviços básicos ajuda a entender por que o sentimento de pessimismo ainda predomina entre esse público. Outro dado relevante é o recuo de 1,8 ponto no indicador de intenção de compra de bens duráveis, que caiu para 77,9 pontos.

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