Lojista 392

36 Móbile Lojista | 392 Setembro 2022 Ano XL Hora do show! Live commerce se consolida no mercado brasileiro Criada na China, a estratégia de lives commerces ganhou espaço no Brasil durante a pandemia e promete permanecer por muito tempo LIVE COMMERCE Por: Everton Lima N o período mais duro da pandemia da Covid-19, uma palavra tomou conta das redes sociais: “live”. De uma hora para outra, artistas e influenciadores começaram a transmitir seus programas e shows, como se fossem um tipo de emissora de tevê — e, assim como na tevê, não faltou espaço para os patrocinadores. Dessa vez, as marcas não se contentaram em apenas patrocinar as apresentações. Agora, elas foram protagonistas do show, usando uma estratégia criada na China, em 2015, e que já havia dado seus primeiros passos no Brasil: a live commerce. TROCANDO A TELONA PELA TELINHA A forma como as pessoas consomem conteúdo já estava mudando, mas essa transformação foi acelerada durante a pandemia. Um relatório publicado pelo Google mostrou que durante esse período, houve um crescimento de 450% na busca por lives, indicando que as pessoas queriam estar conectadas com seus influencers e artistas prediletos. Ao mesmo tempo, a pandemia impediu que as emissoras de tevê conseguissem criar conteúdo inédito. No Brasil, um exemplo disso foi a paralisação das telenovelas pelas principais emissoras de TV aberta, obrigando o público a ver reprises. Isso abriu uma série de oportunidades de negócios, que lançaram uma tendência que se consolidou no mercado brasileiro. Ainda de acordo com o Google “70% dos brasileiros conectados declaram que já compraram algo que viram em um vídeo no YouTube. E mais da metade das pessoas que assistem a vídeos sobre algum produto ou serviço ficam mais interessadas em conhecer um produto ou marca”. O VENDEDOR DÁ O SHOW! Ao assistir uma live commerce, o cliente tem a oportunidade de conhecer melhor o produto, sem sair da sua casa. Isso o ajuda a decidir pela marca ou a entender se aquele item atende mesmo às suas necessidades. O número de brasileiros que usa esse tipo de conteúdo no processo de decisão de compra se tornou superior ao de outros países. “Os dados internos do Google mostram que 68% dos brasileiros conectados declaram assistir vídeos no YouTube sobre produtos ou serviços antes de fazer uma compra. Outros grandes mercados, como Reino Unido e Estados Unidos, apresentam números menores, 54% e 51% respectivamente”, revela o relatório. O público feminino se destacou no engajamento das transmissões feitas no Brasil. Um levantamento divulgado pelo grupo Bittencourt mostrou que as mulheres corresponderam a 66% do público das transmissões analisadas. Contudo, isso ocorreu porque as marcas que atendem esse segmento fizeram mais uso dessa estratégia. “Os resultados da pesquisa indicam uma presença majoritariamente feminina nas ações de live commerce. Isso ocorre porque a maioria das empresas que investiram no live commerce vende produtos voltados especialmente para elas, como as dos setores de beleza e moda. Entretanto, há um grande espaço a ser ocupado pelo mercado voltado ao público masculino”, disse a CEO do Grupo, Lyana Bittencourt. QUAL O SEGREDO DE UMA LIVE COMMERCE DE SUCESSO? Desde 2015, quando grandes empresas chinesas passaram a usar essa estratégia, pesquisadores de todo o mundo têm analisado as características de uma live commerce bem-sucedida.

RkJQdWJsaXNoZXIy MTY1NDE=