Fornecedores #332

27 OUTUBRO 2023 DIFICULDADES “Como transportadora, vejo uma certa dificuldade no controle para fazer essa logística da forma correta, porque a indústria geralmente não vende para o consumidor final, e é ele que vai jogar essa embalagem com re- síduos de uma maneira inadequada”, considera e acrescenta: “Creio que precisamos de ações que conscienti- zassem o cliente e consumidor final a fazer o descarte da maneira correta ou um local onde a indústria pudesse recolher esses produtos para poder dar a destinação final desse resíduo corretamente”. As empresas do setor de transporte estão se mobilizando para ajudar na logística reversa nos setores produtivos. Muitas empresas e transportadoras es- tão atuantes nessa mobilização, porém, segundo Gislaine, é preciso uma ação conjunta para que esse processo seja feito em grande escala e por todos. “É necessário um controle muito mais acertado para que a indústria saiba onde estão esses materiais e acompa- nhar de perto o processo de descarte ou se colocar à disposição para realizá- -lo. Com essa mobilização conseguire- mos fazer com que a logística reversa realmente possa ser feita de forma cem por cento correta”, pontua. Para a logística reversa acontecer de fato, o setor de transporte de cargas tem um papel considerável, sendo fun- damental. De acordo com a diretora da Zorzin, é preciso uma união entre as indústrias e transportadores a fim de montar um plano que fosse eficiente para que a logística reversa funcionasse de forma mais efetiva. PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO Para ajudar na logística reversa junto ao transporte de cargas, é preciso planejamento e organização para que seja efetuado a reversão dos resíduos. Essa organização precisa vir de uma ação conjunta dentro do planejamento da empresa com as transportadoras e empresas logísticas. Segundo Gislaine, existe essa dificuldade no rastreio desses produtos para averiguar se os mesmos estão sendo descartados corretamente. Desse modo, é mais fácil obter o con- trole se a matéria-prima é vendida de indústria para indústria, mas rastrear o produto que já foi para o consumidor fi- nal e ter a certeza de que o mesmo será descartado corretamente é um processo incerto. “Então, creio que funcionaria muito bem se esse contato direto entre as empresas e as transportadoras que ficarão responsáveis pelo descarte dos resíduos fosse estreitado para que essas ações realmente funcionem”, afirma. Dentro da Zorzin Logística, a diretora conta ter equipes que possuem conhe- cimento sobre a logística reversa e a sua importância, mas ainda não tem a estrutura que gostaria para oferecer aos clientes o recolhimento. “Hoje, nós fazemos o serviço de destinação dos resíduos dos nossos clientes para os lo- cais apropriados, mas ainda queremos ampliar o nosso espaço e o escopo da nossa operação para que pudéssemos fazer o recolhimento de mais resíduos e com mais eficiência”, diz. Ao mesmo tempo, busca implementar um aplicativo para realizar o rastre- amento do resíduo de qualquer tipo para que possa recolhê-lo, fazendo a destinação correta para cada tipo para não prejudicar o meio ambiente. “Nós já temos na nossa equipe pessoas treinadas e com conhecimento em destinação desses produtos e na logís- tica reversa para passarem o conheci- mento para as outras equipes, porque essa é uma informação que todos precisam estar a par. Mas queremos ampliar essa estrutura ainda mais para oferecer também aos nossos clientes mais esse serviço de recolhimento e destinação”, afirma. A Zorzin trabalha a proposta da logís- tica reversa no transporte de resíduos com os clientes que fazem o destino dos rejeitos conforme a PNRS. Desse modo, a diretora da empresa enfatiza que o desenvolvimento sustentável e a melhora da economia passam pelo setor de transporte devido à sua importância à viabilização das metas da indústria. “A qualidade do serviço e a contenção do desperdício se comple- mentam, e o transporte de cargas por rodovias é um dos responsáveis por tornar esse cenário viável”, define. NOCA MÓVEIS E BLACK+DECKER Em parceria com a Associação Brasileira de Reciclagem de Ele- troeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree), a Black+Decker incentiva o consumo consciente e a reciclagem de eletroportáteis e eletroeletrônicos, que podem ser descartados quando o consumidor decidir por comprar um novo produto. A empresa iniciou oficialmente o programa de logística reversa, que refere à criação de ações de coleta e reintegração dos resíduos na cadeia produtiva como matéria- -prima ou descartados, de forma ambientalmente correta. A Abree tem como objetivo escalar novos pontos de recebimento de ele- troeletrônicos e eletrodomésticos, que hoje já são quase 5 mil, distribuídos em 1,3 mil municípios do país. Com o objetivo de atender ao Brasil todo, ABREE também utiliza como pontos de recebimentos a rede de assistência técnica e os parceiros distribuidores de eletroeletrônicos da Black+Decker. “Reforço em dizer que a logística funciona, ainda mais hoje em dia com as práticas de ESG bem estruturadas nas empresas e cada vez mais em evidência”, destaca Gislaine Zorzin Zorzin Logística

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