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7 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2025 Surge uma nova ideia Apesar de ainda não ter visto em circulação, não há nada que impeça a fabricação de uma serra com um perfil semelhante ao da última fresa citada, com ponta esférica e corte em ângulo. Seria necessário um dente bem grande para usinar um MDF com 18 mm de espessura e nem todas as máquinas podem estar aptas para o processo. Mas converse com seus fornecedores, por mais que não seja um processo fácil de desenvolver, pode trazer muitos benefícios para a sua empresa, tornando o processo ágil e reduzindo a chance da quebra no revestimento. Lembrando: se es- tiver pensando em entrar no mundo do MDF curvo, antes de mais nada, teste seus materiais e revestimentos para ter certeza que eles permitem as curvaturas desejadas. ARTIGO Como curvar o MDF? Por Anderson Peruzzo ANDERSONPERUZZO Engenheiromecânico e especialista no processo de usinageme na fa- bricação demóveis e outros artigos emmadeira. CEOda AP Tech Tools, empresa fornecedora de ferra- mentas como fresas e brocas para indústrias do ramomoveleiro. Com produtos de alto desempenho, a AP Tech Tools temcomo objetivo tornar o setor cada vezmais eficiente e competitivo a nível internacional. O design do móvel vive uma per- pétua transformação. Uma forte tendência atual são as curvas e cantos arredondados. Apesar de levar leveza, suavidade e modernidade ao ambiente, também geram uma grande dificuldade em sua fabricação. Neste artigo, vamos entender sobre a usinagem por trás das curvas, suas possibilidades e dificulda- des. É claro que não estamos falando da criação de curvas ou raios de canto em mesas ou bancadas planas, isso é muito simples de ser feito desde que sua em- presa possua um CNC. Vamos discutir sobre a usinagem que torna possível a própria chapa ficar curva e seja um elemento do design do móvel. O método clássico Até pouco tempo, o método mais utili- zado era a usinagem de várias ranhuras retas, geralmente feitas com serras de até 3,2 mm de espessura em esqua- drejadeiras. Quanto maior a distância entre as ranhuras, maior será o raio da curvatura. Tais ranhuras devem ter uma profundidade suficiente para que o MDF fique com uma camada de 1 a 2 mm sem ser usinada. Após a usinagem, o material deve ser posicionado na cur- vatura desejada e colado, as ranhuras também devem ser preenchidas para que a chapa tenha resistência. Este método funciona, mas alguns pro- blemas podem acontecer. São poucos revestimentos que permitem a curvatu- ra, e os cantos quadrados deixados pela serra agem como um concentrador de tensão, tornando muito comum a ocor- rência de rachaduras no revestimento, principalmente em raios pequenos. Em raios grandes, o distanciamento entre as ranhuras pode gerar um aspecto não uniforme na curva, com pequenos segmentos de reta. O processo é bem manual, o retrabalho é comum e a secagem da cola é demorada. Ferramentas atuais Recentemente os fabricantes de ferra- mentas vêm buscando soluções para os processos acima. Uma delas é uma fresa para CNC ou até tupia manual com perfil especial para a tarefa. Quando utilizada, basta ajustar a altura, deixan- do de 1 mm a 1,5 mm de espessura no revestimento e dar um único passe no material. Ao curvar o MDF, o perfil especial gera um encaixe quase per- feito, facilitando a colagem e levando economia no uso da cola. Essas fresas são encontradas principalmente em 3 tamanhos diferentes, podendo deixar o MDF com um raio de 18 mm, 30 mm ou 50 mm. Tornando-as ótimas para confecção de cantos arredondados. Apesar de agilizar o processo com seu passe único, essas fresas limitam o processo ao seu raio, não permitindo a confecção de raios de diferentes tama- nhos. Além disso, são pouquíssimos os revestimentos que permitem uma curva tão pequena. Também para uso em CNC ou tupia manual foi desenvol- vida uma fresa para realização de um processo semelhante ao clássico das ranhuras, entretanto, sua ponta com 3 mm é esférica e seu corte possui uma angulação cônica. A ponta esférica elimina os cantos concentradores de tensão, tornando mais difícil a ocorrência de rachaduras no revestimento e ajudando a reduzir o aspecto não uniforme em raios maiores. O seu corte em ângulo reduz o número total de ranhuras necessárias para a curvatura. É uma boa opção, torna o processo menos manual, entretanto, é uma fresa frágil que não permite uma velocidade de avanço muito alta, 10 ve- zes menos do que uma serra permitiria. A usinagem das ranhuras pode con- sumir um grande tempo de máquina, tornando o processo caro.

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