Fornecedores 352

29 OUTUBRO 2025 Assim, esse papel maculatura para perfis e cantos que tem densidade e resistência muito grande consegue resolver diversos problemas que ocorrem na entrega do móvel. “Esta- mos começando a trabalhar isso no mercado com uma aceitação muito boa. Está crescendo muito hoje em estados no Brasil com esse trabalho de transformação em produtos mais pe- sados com madeira”, diz. Isso facilita também a reciclagem: “Por exemplo, chega na minha casa uma embalagem de madeira, o que eu faço, aonde ela vai? Há dificuldade. É uma responsabi- lidade de todos, nossos fornecedores, nossos clientes e do cliente final. Esse é um dos trabalhos que estamos fazendo para substituir essa madeira”, afirma De Bona. Além disso, a empresa está trabalhan- do para que sua linha de papel tenha a certificação FSC®. Para as solu- ções em plástico a empresa precisa garantir que esteja em uma cadeia de reciclagem, tanto o poliestireno (EPS ou isopor) quanto o polietileno (EPE). “Quando nossos clientes da indús- tria têm esse material que sobra dos processos deles, somos responsáveis por coletar essa mercadoria e fazer a logística reversa”, diz. A empresa trabalha com os clientes para reciclar os outros produtos e ven- der para os fornecedores da Bonapel ou reutilizar em sua fábrica. “Todas as reciclagens acabamos vendendo e colocando o produto em fornecedores nossos para que eles façam o processo de reciclagem e forneçam como maté- ria-prima para nós. Tem uma linha em que fazemos a própria reciclagem, mas depende: papel vendemos, EPS volta para o fabricante, EPE reciclamos internamente”, comenta. Isso ocorre com a retirada das sobras de EPS quando entrega os produtos para as indústrias. “O cliente separa a sobra de material e nos envia de volta para darmos o destino correto. O EPS no mercado, mesmo sendo um produto reciclável, é pouco incen- tivado, não tem remuneração para quem faz coleta, tem poucos pontos de reciclagem no Brasil. É ainda uma questão que precisa ser desenvolvida. É mais prejudicial que o papelão que é biodegradável. Todos os plásticos, se trabalharem de forma correta, podem ser reintegrados”, avalia o profissional. EXPORTAÇÃO E E-COMMERCE A proteção e embalagem para exportação é necessária, com uma densidade maior para que chegue o produto de forma intacta. Segundo De Bona, o importador tem exigên- cia grande, pois devido à distância, qualquer tipo de avaria gera um desconforto muito grande. “Tenho o exemplo de um cliente da linha metalúrgica que teve uma devo- lução de produto, que exportou 1 milhão de reais e 140 mil reais voltou por conta da embalagem. Esse é um exemplo que mostra que a embalagem é muito importante, não pode ser minimizada, pois o prejuízo posterior, tanto financeiro quanto de relacionamento, é muito grande”, aponta. Os Estados Unidos é o importador que mais faz teste de resistência da embalagem e os fabricantes de mó- veis precisam ter cada vez mais uma embalagem muito boa para ofertar para eles. Eles geralmente deixam todo o projeto já com as embala- gens que devem custar três a quatro vezes mais do que as embalagens para o mercado nacional. Um fator relevante apontado pelo diretor da Bonapel, é que o mercado de e-commerce cresceu muito. Isso porque devido a quantidade de carga e descarga (dá fábrica para o centro de distribuição central, depois para um CD regional, até o cliente final) é preciso estar muito protegido. “Há uma demanda crescente de melhoria na qualidade da embalagem hoje no período pós-pandemia, que virou a chave totalmente”, afirma De Bona. De acordo com o diretor, a linha de e-commerce é, em sua grande maio- ria, de móveis populares, do qual 30% a 40% dos móveis populares são vendidos no comércio eletrônico, algo que tende a crescer cada vez mais. “Com isso cresce a demanda por embalagens resistentes e susten- táveis, que também é outra demanda que o mercado começa a questionar: querem certificação, querem saber se o produto vai ter o ciclo de retorno, se vai ser reciclável e nisso tudo esta- mos inseridos com muita responsabi- lidade”, conta o diretor. A Bonapel atende diretamente com 21 representantes de vendas os polos moveleiros na região Sul e Sudeste (exceto Rio de Janeiro), e está entrando em Goiás. Os outros estados atende com equipe interna de três profissionais para esse tra- balho dedicado. Bonapel As duas unidades da Bonapel trabalham desta maneira, o que facilita tanto a logística de entrega quanto a de retorno de mercadoria

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