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27 OUTUBRO 2025 ano recorde de expedição de pape- lão ondulado, com alta de 5%. O papel cartão, por sua vez, apresentou crescimento de 14,2% em 2024, com relação ao ano anterior, segundo dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). Recentemente, a Empapel lançou o portal www.embalagemconsciente. com.br, que destaca os diversos tipos de papel para embalagem e seus usos. Para cada demanda, há uma solução adequada e sustentável – seja para armazenar, transportar, resistir a peso, a rasgo ou a umidade. O setor de embalagens de papel trabalha sempre de olho em prover alternativa cada vez mais sustentável para o consumidor. “Desse modo, avaliamos permanentemente nossos processos e a ampla gama de produtos para identificar desafios e possibilida- des de melhorias”, frisa o presidente da entidade. Desde 2019, o setor investiu mais de R$ 17 bilhões, entre novas fábricas, modernizações, novas máqui- nas e florestas. “É uma indústria que vem se preparando para o aumento de demanda, sempre focada em oferecer inovações aliadas à sustentabilidade”. Outro ponto que vale destacar é a digitalização, que tem permitido im- pressões cada vez mais detalhistas e sob medida conforme a necessidade de cada cliente. Até mesmo a caixa de papelão, que antes era vista como uma necessidade, tem se tornado um vetor de comunicação de marca e de valor, tal o nível de realismo. “Além disso, a Inteligência Artificial e as novas tecnologias possibilitam di- ferentes impressões em uma mesma linha de produção. Um processo de ‘descomoditização’, que beneficia os donos de marca, os chamados brand owners”, explica. RECICLAGEM Desde 2010, vigora no Brasil a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), legislação robusta, que compartilha a responsabilidade pela recuperação dos resíduos entre sociedade, iniciativa privada e poder público. “É muito importante ter isso em mente, pois, para que a reciclagem funcione, de fato, é preciso que esses três pilares cumpram seus respectivos papéis”, diz José Carlos. Para tanto, é preciso realizar a separa- ção do material que pode ser reciclado em casa. O cidadão é fundamental. Se não o fizer, os resíduos passíveis de reciclagem são contaminados ou têm a destinação incorreta, o que impossibili- ta a reciclagem. “Educação ambiental é de suma importância”, frisa ele que acrescenta: “O Estado, por sua vez, precisa disponibilizar meios para tal recuperação, como coleta seletiva. Infelizmente, 39,5% dos municípios brasileiros não possuem esse tipo de serviço, de acordo com o IBGE”. Ademais, o presidente da Empa- pel também destaca que faz parte da missão do poder público criar regras, meios de incentivos. Alguns exemplos do que já está vigorando: a Lei de Incentivo à Reciclagem, em que empresas podem abater parte dos impostos devidos a partir de investimentos voltados para a cadeia de reciclagem; e o crédito de reci- clagem, a partir de Notas Fiscais de compra e venda de resíduos, a fim de disponibilizar valor para estrutu- ração/capacitação de cooperativas de catadores. O Governo Federal também está editando decretos em que se exige conteúdo reciclado em embalagens por tipos de material. O vidro teve seu decreto publicado em 2022, o próximo será o do plástico e, poste- riormente, o papel, além de outros materiais que devem ser objeto de texto legal. “Pelos contatos e reuniões que temos mantido com o Governo Federal, e com base no Decreto do Vidro, a suposição é de que venha a ser exigido um percen- tual mínimo de conteúdo reciclado, com vistas a incentivar o uso de resíduos”, conta. Por fim, a indústria fabricante de embalagens tem que, constantemente, avaliar seus próprios processos produ- tivos na visão do presidente-executivo. O design da embalagem, ou seja, sua concepção, é imprescindível para que, além de reciclável, ela seja efetivamen- te reciclada. “Muitos produtos podem ser reciclados, mas devido à logística, peso ou até mesmo necessidade de tecnologias avançadas, deixam de ser. Passando por todos esses passos, a reciclagem torna-se um sistema mais funcional e, portanto, mais natural”, pontua. É por isso tudo que, segundo ele, o papel é altamente reciclado no Brasil, com índice de 58,1%, um dos maiores do mundo. “Reciclagem e indústria de papel são, praticamente, sinônimos. Se olharmos somente para papelão ondulado, este índice sobe para quase 70%”, diz. DEMANDA O papelão ondulado (P.O.) é muito utilizado para embalar bens não duráveis, como alimentos, hortifruticul- tura, cosméticos, perfumes, remédios, entre outros. São bens de consumo adquiridos diretamente pelas pessoas, que precisam ser transportados, arma- zenados, chegando ao varejo. Desse modo, a alta expedição de P.O., em um determinado período, indica que o mercado estará aquecido nos meses seguintes, uma vez que as empresas estão comprando caixas para emba- larem produtos que estarão nas mãos dos consumidores em algum tempo. Os principais setores que consomem Papelão Ondulado são: Produtos Alimentícios, Avicultura e Hortifruti, que respondem por cerca de 60% da demanda de papelão ondulado; Químicos e Derivados, com 9,5%; e Produtos Farmacêuticos/Perfuma- ria, na faixa de 4,7%. Madeiras e Mobiliários é uma categoria que, nos últimos anos, vem mantendo uma cer- ta estabilidade. Em 2023, consumiu cerca de 13 mil toneladas, enquanto em 2024 chegou a 10,6 mil tonela- das. Em 2025, entre janeiro e agosto, totaliza 8,7 mil toneladas de papelão ondulado destinado a esse setor.

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