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27 SETEMBRO 2025 REDUÇÃO DE EMISSÕES A redução de emissões na produção de painéis demadeira requer processos que otimizemo consumo de energia na produção, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa, controle de emissões atmosféricas comfiltros e sistemas de captação de gases que evitama liberação de poluentes nas fábricas, uso de energia térmica a partir de biomassa e resíduos internos como fibras e pó demadeira, alémde uso e reuso eficiente de água. ADuratex, comquatro unidades produ- tivas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e RioGrande do Sul, consolida um modelo de produção florestal que alia efi- ciência, sustentabilidade e inovação. Para a otimização do consumo de energia, a companhia doGrupo Dexco temcomo principal estratégia o uso de umamatriz energética limpa. Nas fábricas, mais de 90%da energia consumida são de fontes renováveis, majoritariamente da biomassa gerada no próprio processo produtivo. “Isso significa que usamos os resíduos damadeira, como cascas e cavacos, para gerar o calor necessário para secar e prensar os painéis. Essa prática, além de incorporar atributos de circularidade, reduz drasticamente nosso consumo de combustíveis fósseis e, consequentemen- te, nossas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE)”, explica Hugo Scudeler, diretor industrial de painéis demadeira da Dexco, casa demarcas dona da Duratex. Atémesmo o pó de lixamento gerados no próprio processo são reaproveitados para alimentar as caldeiras. Dessa forma, a empresa consegue realizar aproveitamento integral damadeira, do plantio à colheita. “Nossomodelo de negócio é baseado no aproveitamento integral damadeira. Na floresta, 100%da árvore é utilizada: o tronco vira painel, e os galhos, folhas e raízes permanecemno solo para protegê-lo e permitir a ciclagem de nutrientes. Na indústria, o aprovei- tamento tambémé total: amadeira é transformada empainéis, a casca e outros resíduos virambiomassa para energia, e atémesmo a cinza da queima da biomas- sa volta para a floresta como fertilizante. É umciclo fechado”, explica o profissional. As unidades fabris da Duratex são equipa- das com sistemas de controle ambiental de alta performance, como ciclones e filtros demanga, que capturamo material particulado gerado no processo. O resultado direto para omeio ambiente é a preservação da qualidade do ar nas regi- ões onde a empresa atua, garantindo que as emissões estejamdentro dos limites estabelecidos pela legislação. “Embora o cálculo de redução percentual seja com- plexo, a eficiência desses equipamentos é superior a 99%, garantindo um impacto mínimo na atmosfera”, diz Hugo. Com foco no reaproveitamento de resídu- os e subprodutos industriais, desde 2015, mais de 300mil toneladas de resíduos industriais deixaramde ser destinados externamente e foram transformados emcomposto orgânico, utilizado como insumo para a produção de florestas. Esses resíduos são, principalmente, lodos de Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs) e cinzas das caldeiras de biomassa. Oprocesso ocorre por meio da compos- tageme é usado como fertilizante no solo das plantações florestais. A prática fecha o ciclo de nutrientes dentro da operação. A companhia implementou na unidade de Taquari, no RioGrande do Sul, um novo projeto de tratamento de efluentes que possibilita que 100%dos rejeitos gerados na fábrica (fibras demadeira e areia) sejam tratados e reutilizados no próprio processo produtivo emuma operação comcircuito fechado. Com isso, deixou de captar água do rio da cidade. “Já temos projetos avançados e emope- ração emoutras fábricas paramaximizar o tratamento e reuso da água, reduzindo a captação de fontes externas e o descarte de efluentes, em linha comnossameta corporativa de reduzir a captação de água em10%até o fimde 2025”, diz Hugo. A importância é dupla: localmente a empresa reduz a zero a pressão sobre os recursos hídricos do Rio Taquari. “Isso sig- nifica que deixamos mais água disponível para o abastecimento da comunidade e para amanutenção do ecossistema aquático, o que é vital emperíodos de estiagem”, comenta o diretor industrial. Globalmente, serve como ummodelo de economia circular na prática, provando que é possível manter uma operação industrial de grande porte com impacto hídricomínimo. “Essa iniciativa contribui para a segurança hídrica, umdos maiores desafios ambientais do nosso tempo, e reforça nosso compromisso comos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU”, aponta. Almejando ser referência emecoeficiência hídrica, a Duratex fez investimento na criação de lagoas que armazena água da chuva e de processos industriais, sendo tratada e reutilizada na produção. Isto ocorre na unidade de Taquari e a água é tratada e reintroduzida na produção. “Desta forma, conseguimos reduzir em até 90%o volume de água captado du- rante a época chuvosa na região”, conta o profissional da Duratex. A companhia tambémcapta água da chuva para irrigar seus viveiros demudas e adota sistemas emecanismos de reuso em seus processos industriais, com resul- tados visíveis para a ecoeficiência hídrica. “Os sistemas de reuso instalados em nossas fábricas nos permitemoperar com o uso cada vezmais eficiente da água que captamos do ambiente”, pontua Hugo. Alémdisso, amaior parte desta água volta para o ambiente em forma de vapor ou como efluente tratado. Estas iniciativas contribuírampara a redução de 12%no volume de água captado pelas fábricas da Duratex em2024, comparado com2021. Oprincipal resultado é a resiliência hídrica: a operação se tornamenos vulnerável a crises de escassez e reforça o posicio- namento damarca de gerar valor com responsabilidade ambiental. Duratex O uso de biomassa como fonte de energia térmica é uma realidade em todas as fábricas de painéis da Duratex, segundo Hugo Scudeler
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