Fornecedores 350

50 FORNECEDORES SOB MEDIDA 350 Com o tarifaço, Cidemar Lima, gerente de vendas da fabricante de grampos e grampeadores, Imeco, não vê um segundo semestre de trabalho, mas sim ummercado mexido com a situação por pelo menos 60 dias. “Está todo mundo esperando o que que vai dar. Nós acreditamos, tanto é que estamos aqui na Fimma, entendendo que, a não ser uma situação política mais complicada, o mercado vai andar e estamos acre- ditando nisso”. O tarifaço preocupa a empresa, mesmo não exportando, mas com clientes que exportam. “Temos vários clientes que exportam para os Estados Unidos e conversando com eles, estamos tentando achar alternativas. Eles estão suspendendo os negócios já fechados e têm um número de pessoas que vai acabar sobrando”, diz. Na visão dele, cada empresa vai buscar sua alternativa. “Talvez isso demore um pouco, até que aconteça. A gente não consegue olhar o segundo semestre pronto para produzir, entregar e atender. Estamos nessa expectativa de uma solução e que não haja um efeito em cascata porque se for olhar o setor que fabrica sofá ou cama-box, a maioria dos clientes não exportam, é mercado interno. Porém, quando vê uma indústria grande de Santa Catarina, que exporta muito, que fala em demissão emmassa, um efeito em cascata vai acontecer, pois vai acabar tirando o emprego de alguém que compra o sofá. Esse é o nosso olhar. Esperamos que não, mas vamos ver o que vai dar na realidade”, avalia Cidemar. O mercado moveleiro geral é afetado pelo tarifaço, na visão de Vitor Ledur, diretor geral da Leitz Brasil, uns mais, outros menos. “O segmento que vemos ser mais afetado é o da madeira maciça porque tem clientes que têm um percentual grande da produção e faturamento destinados aos Estados Unidos. A madeira de reflorestamen- to, pinus ou eucalipto, não ficaram isentas, enquanto as tropicais ficaram”, aponta. O mercado moveleiro também vai sofrer em um percentual menor, na visão dele, por depender menos da ex- portação para os Estados Unidos. “Mas vão ter que buscar outros mercados, outras formas de negociar, embora isso não se resolva de uma hora para outra, demanda tempo e energia. Precisamos esperar para ver como é que isso tudo fica ou que eventualmente ocorra algum acerto entre Brasil e Estados Unidos”, aponta. A Leitz Brasil também exporta para os Estados Unidos, mesmo tendo uma unidade no país, embora a maior parte seja proveniente da Alemanha. “Esse produto também está dentro do tarifaço e afeta a gente. É muito ruim esta questão de imprevisibilidade que nós vivemos hoje, de não saber para onde vai, de insegurança que se vive, sendo algo que retrai investimento, retrai confiança e é muito ruim para o mercado”, diz Vitor. A fabricante de tintas Sayerlack tem uma fábrica nos Estados Unidos, então não vai impac- tar os negócios da empresa lá, mas TARIFAÇO possui muitos clientes no Brasil que fabricam e atendem exclusivamente o mercado americano. De acordo com Marcelo Cenacchi, diretor da empresa, houve impacto na operação de empresas clientes da Sayerlack e elas estão em espera para ver como o cenário se resol- ve. “Em um primeiro momento, tem uma diminuição do volume de negócios desses clientes, que têm a sua estratégia de negócio em atender o mercado americano. Vendemos matéria-prima para fabricarem o mó- vel, então tivemos impacto no mês de julho e agora em agosto estão todos esperando para ver o que vai acontecer”, diz Cenacchi. Na opinião dele, neste momento há apenas incertezas e clientes com operações reduzidas ou paradas. Para os próximos meses, Cenacchi deseja que tudo se resolva rápido, mas depende de como os governos brasileiro e americano vão conseguir se entender. “Tem uma questão política, de demons- tração de força que temos de ver como vai se ajeitar. No final, a gente vê. O governo americano acabou se acertan- do com quase todo mundo, ajustou as tarifas e mudou o jogo”, avalia. Agora, além da série de custos que o Brasil tem, como altos impostos e custos logísticos, ter mais uma taxa torna o cenário difícil. “A gente já briga com condições des- favoráveis como essas e, com essa taxa, acho que fica bemmais desfavorável”, define o diretor da Sayerlack. Thiago Rodrigo Gerente de vendas da Imeco, Cidemar Lima Diretor da Sayerlack, Marcelo Cenacchi Thiago Rodrigo Irineu Munhoz, presidente da Abimóvel

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