Fornecedores 350
48 FORNECEDORES SOB MEDIDA 350 Tarifa de 50%dos EstadosUnidos paramóveis brasileiros atinge indústria e ameaça empregos; fornecedores tambémcomentam impactos Móvel taxado O s Estados Unidos é o maior mercado importador dos móveis brasileiros. Em 2024, representaram 27,6% das exportações de móveis. Desse modo, a tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras impactarão seria- mente esse resultado, mas o problema é muito maior. A elevação expressiva e unilateral da tarifa, que leva o Brasil do piso ao teto do pacote de reestru- turação tarifária dos EUA, compromete a competitividade de grande parte da indústria moveleira nacional, afetando contratos estabelecidos e um setor rele- vante para a geração de investimentos, emprego e renda no País. Neste ano, as exportações brasilei- ras de móveis e colchões prontos encerraram o primeiro semestre com crescimento de 6,8% frente a igual período do ano passado, totalizando US$ 374,2 milhões embarcados entre janeiro e junho. O chamado “tarifaço” dos Estados Unidos, contudo, vem provocando reações diversas ao longo TARIFAÇO Por Thiago Rodrigo da cadeia desde seu anúncio em abril. Em maio, cresceram 12,3%, com US$ 70,3 milhões embarcados, expressan- do um envio antecipado de produtos relativos a contratos firmados frente à imposição da nova tarifa, elevada para 10% na época. Em junho, porém, diante da confirmação da medida e de novas especulações tarifárias, houve uma retração imediata de 3%, com US$ 68,1 milhões exportados. Neste primeiro semestre, o país norte- -americano respondeu por 28% das exportações de móveis e colchões prontos no semestre. Algo que certa- mente mudará ao final de 2025 com o chamado “tarifaço” – mesmo que cargas embarcadas no Brasil até o dia 6 de agosto e que chegarem até 5 de outubro estão isentas da tarifa adicional de 50% – sendo tarifado em 10%. Com a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros (como móveis de madeira, responsável por 80% da pauta expor- tadora de produtos acabados do setor), dá-se início uma nova fase para a in- dústria nacional, marcada pelo diálogo, inteligência setorial, reposicionamento comercial, readequação produtiva e reavaliação de mercados prioritários. Os impactos são especialmente significativos nos principais polos exportadores como em Santa Cata- rina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, que juntos exportam quase 99% dos móveis brasileiros. “São os que mais vão sofrer com a questão do ‘tarifa- ço’”, frisa o presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), Irineu Munhoz. Estados como Bahia, Pernambuco, Paraíba e Pará, que vêm ampliando a inserção internacional, também deverão ser afe- tados nas estratégias de consolidação. De qualquer modo, Munhoz destaca que o importador estadunidense fica inseguro com o preço que vai receber o móvel fabricado no Brasil e, por isso, houve a suspensão de contratos. Freepik Exportações de móveis para os EUA são altamente personalizadas – com dimensões, certificações, materiais e design voltados às exigências e preferências do consumidor norte-americano
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