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50 FORNECEDORES SOB MEDIDA 348 COLUNA A nova curva de valor BIRAMIRANDA Publicitário, especialista em ESG com cursos no United Nations System Staff College e na EDX - Solve - Mit (Massachu- setts Institute of Technology). Fundador e Líder de Estratégia na YPY Consulting - Consultoria em Sustentabilidade e Presidente da Associação de Assistência e Desenvolvimento Humano DaRua (Entidade dedicada a acolher pes- soas em situação de rua em SP). linkedin.com/in/biramiranda Por Bira Miranda N os últimos anos, assis- timos a uma verdadeira “corrida ESG”. Pressões de investidores, consumidores e reguladores levaram muitas empresas a adotarem discursos e práticas sustentáveis — algu- mas com convicção, outras por conveniência. Mas como todo movimento de massa, esse também gerou excessos, simplificações e oportunismos. E agora, com a mudança de ventos políticos em algumas partes do mun- do — vide o ressurgimento de pautas anti-ESG nos EUA com a era Trump 2.0 —, vemos um refluxo. A sigla ESG voltou a ser atacada, rotulada como ideológica, questionada em sua eficácia. Para quem olha apenas o curto prazo, o movimento pode pare- cer um alerta para “tirar o pé”. Mas para quem entende ciclos, essa é exatamente a hora de dobrar a aposta com estratégia e consistência. Como no mercado de ações, os melhores investimentos são fei- tos quando os ativos estão sub- valorizados. O mesmo vale para sustentabilidade estratégica: enquanto alguns saem de cena, há espaço para quem enxerga além da espuma. A economia cir- cular continua sendo um motor de inovação e eficiência. O mercado de carbono segue amadurecendo e ganhando liquidez, com regulação cada vez mais robusta e demanda crescente por ativos confiáveis. E a diferenciação baseada em im- pacto socioambiental não é uma tendência passageira: ela está se tornando critério de compra, investimento e licenciamento em diversos setores. A questão central não é “ser ESG” como modismo. É repo- sicionar o negócio para gerar e capturar valor em uma econo- mia que está inevitavelmente se transformando. Quem seguir firme nesse caminho agora, com fundamentos sólidos, ocupará os espaços deixados por quem navegava ao sabor do vento – e chegará à frente quando a maré virar de novo. Porque ela vai virar. Afinal, os fundamentos ambientais, sociais e de gover- nança não são uma pauta de marketing. São uma resposta econômica à crise climática, às desigualdades e à perda de con- fiança institucional. Quando ESG deixa de ser modismo e volta a ser visão estratégica

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