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22 FORNECEDORES SOB MEDIDA 326 Adversidades com mão de obra não é exclusiva do setor moveleiro, enquanto Brasil necessita de aperfeiçoamento dos profissionais para o trabalho industrial Por Thiago Rodrigo Dificuldade e qualificação O mercado de trabalho tem so- frido transformações em nível mundial com o impacto das novas tecnologias e mudanças na cadeia produtiva. Isso sem considerar as já conhecidas dificuldades que a indústria brasileira tem em encontrar mão de obra. No Brasil, sempre foi preciso investir em aperfeiçoamento e qualificação dos profissionais e com as mudanças no mercado de trabalho, será ainda mais necessário. Isso além de uma atualização da mão de obra, segundo conclusão do Mapa do Trabalho Industrial 2022- 2025, elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria. O estudo visa identificar demandas futuras por mão de obra e orientar a formação profissional de base indus- trial no País. Com isso, até 2025, o Brasil precisará qualificar 9,6 milhões de pessoas em ocupações indus- triais, sendo 2 milhões em formação inicial – para repor inativos e preen- cher novas vagas – e 7,6 milhões em formação continuada, para trabalha- dores que precisam se atualizar. Isso significa que 79% da necessidade de formação nos próximos quatro anos será em aperfeiçoamento. Esse desafio da requalificação e do aperfeiçoamento da força de trabalho é mundial. De acordo com o relatório “O futuro do trabalho”, do Fórum Econômico Mundial, 50% dos trabalhadores do mundo deve- rão desenvolver novas competências digitais até 2025. O mesmo estudo aponta que, no Brasil, 61,9% dos Jeferson Soldi/Movergs profissionais precisarão de cursos de até 6 meses para adquirir as novas competências requeridas. O cenário, portanto, é o mesmo para todos os países: novas tecnolo- gias sendo incorporadas e impactan- do a rotina do setor produtivo. “A diferença para alguns países é que, no Brasil, nós temos desafios extras, como o baixo nível de escolaridade, com uma parcela considerável da população economicamente ativa sem o ensino médio completo ou mesmo a alfabetização. Além do déficit de aprendizagem, que são aquelas pessoas que concluíram a formação básica, mas sem os níveis adequados de aprendizagem”, ava- lia Felipe Morgado, superintendente de Educação Profissional e Superior do Senai Nacional. O Brasil tem 98,3 milhões de pesso- as ocupadas, sendo que 40% esta- vam em vagas de trabalho informal em junho de 2022. Esses números fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos quase 100 milhões de trabalhadores, 7,2 milhões com- põem o montante de pessoal ocu- pado na indústria da transformação. Na indústria moveleira e colchoeira, foram 275,4 mil pessoas em 2021, segundo o Iemi – Inteligência de Mercado, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempre- gados (Caged). Desse modo, os empregos gerados pela indústria de móveis e colchões foram equivalen- tes a 3,8% do total de trabalhadores alocados na produção industrial. MÃO DE OBRA Interesse e qualificação da mão de obra são entraves para competitividade e produtividade da indústria moveleira brasileira

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