O desafio e a competência das mulheres no setor moveleiro

Neste dia que se celebra o Dia Internacional da Mulher, o Portal eMóbile apresenta a visão de 16 mulheres que atuam na indústria de móveis

Publicado em 8 de março de 2019 | 07:30 |Por: Luis Antonio Hangai

Nesta sexta-feira, dia 8 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. A data, mais do que simplesmente celebrar o feminino, é também um reconhecimento fixado no calendário mundial para com os esforços em prol da equidade, da justiça e da coerência social no que tange às questões de gênero. Embora o tema ainda implique em grandes desafios, é notável seu avanço em diversos segmentos da sociedade. As mulheres no setor moveleiro, por exemplo, continuam a expandir sua participação e consolidar sua liderança, a despeito de todos os obstáculos.

Cinco características das mulheres valorizadas no mercado

Para expressar seu reconhecimento, gratidão e incentivo, o Portal eMóbile colheu depoimentos de 17 profissionais para apresentar a perspectiva feminina e seus desafios de atuação no setor moveleiro, bem como para falar a respeito de seus diferenciais e qualidades inatas no trabalho, negócios e vida pessoal. Abaixo a leitora e o leitor poderão conferir cada uma das declarações.

Maristela Cusin Longhi – presidente da Abimóvel

“O perfil das mulheres é muito diferente do início do século, cuja entrada no mercado de trabalho ocorreu devido à necessidade de aumentar a renda familiar e com a revolução industrial foi possível absorver a mão de obra feminina. Hoje, as mulheres representam quase a metade da força de trabalho, além de serem mães, esposas, donas de casa, ocupando cada vez mais cargos de relevância e responsabilidade em todas as áreas profissionais, antes só ocupadas por homens.

Divulgação Abimóvel

Maristela Cusin Longhi, da Abimóvel

Maristela Cusin Longhi

Ao longo do caminho, as mulheres fizeram transformações importantes assumindo os mais altos cargos públicos e privados, pela sua competência, profissionalismo e comprometimento. Segundo estudos e tendências globais, as mulheres serão líderes neste milênio, pois estão se preparando melhor, são mais dedicadas e estudiosas.

Não estamos no mercado de trabalho para competir com ninguém, queremos direitos de igualdade e parcerias sólidas, baseadas em respeito e competência. Se, com isso, precisarmos perder a delicadeza e a sutileza de uma mãe, o que muitas vezes é confundido com fraqueza. Não é por acaso que organismos internacionais como a ONU, OMC, PNDU, OIT, entre outros, têm em suas agendas de trabalho a preocupação com a ‘valorização do papel da mulher no mercado de trabalho’.

Acredito muito nas características femininas para gestão eficaz, assim como nas características masculinas, por isso luto para que profissionalismo e competência não sejam atribuídos apenas à questão de gênero. Creio, sinceramente, que a união das melhores e aptidões de cada um é sinônimo de sucesso.

Segundo Sharon Hadary, colunista do The Wall Streent Journal, fundadora e executiva do Center for Women’s Business Research e autora do Manual da CEO – As estratégias essenciais das mulheres bem sucedidas: “Conforme pesquisas recentes realizadas em 13 países sobre os pontos fortes das mulheres, foi constatado que as pessoas acreditam que as mulheres comunicam, lideram, admitem erros, tiram o melhor de cada indivíduo da equipe e dizem mais a verdade do que os homens, gerando mais lucratividade, melhor performance e melhor resolução dos problemas, assim como envolvimento mais forte dos funcionários”.

Heliane Martins de Souza Hilário – gerente executiva do Intersind

Arquivo pessoal

Heliane Martins de Souza Hilário

“O grande desafio das mulheres no setor moveleiro é mostrar para o empresariado que o crescimento da empresa, como para o empresariado de todos os outros setores, depende da criatividade, competência e talento na busca por resultados. Todas estas habilidades citadas independem do gênero. Apesar de todo avanço das mulheres no mundo do trabalho, tanto público quanto privado, ainda é grande a restrição quanto a ocupação de cargos mais elevados, mesmo que a mulher tenha mais capacidade e competência para tal.

Vivemos ainda numa sociedade patriarcal, cujos pensamentos e ações estão voltados para posições de comando masculinos. Vencer esta barreira é uma tarefa difícil. Apesar de existir leis que assegurem igualdade salarial entre gêneros, não existem mecanismos para garantir esta prática no mercado de trabalho. O desafio é efetivarmos as mesmas oportunidades, as mesmas condições de trabalho e o mesmo reconhecimento.

Dentro das mesmas oportunidades e condições de trabalho a mulher irá se diferenciar a partir das características que lhe são próprias. O setor moveleiro, tão vinculado ao universo masculino, estará quebrando paradigmas através de um novo olhar para as questões relacionadas ao outro, na forma de comandar, dirigir e buscar a interação entre todos os envolvidos. Não existe cargo que a mulher não possa ocupar. Ela é empreendedora, talentosa, competente, feminina e sobretudo sabedora de si.”

Claudia Gonçalves – gerente na J. Serrano

Arquivo pessoal

Claudia Gonçalves

“Não só no setor moveleiro, mas em geral, é preciso ter equilíbrio entre a vida pessoal e a carreira, principalmente no início. Normalmente, quando não se ganha ainda o suficiente para contar com uma ajuda em casa, muitas mulheres não aguentam a pressão e terminam por desistir pelas responsabilidades com a família, que atualmente ainda é vista por muitos como função feminina.

Mas apesar de ainda termos pouca representatividade em cargos de liderança, acho que está mais do que provado que as mulheres são perfeitamente capazes de cuidar de si, de conquistar aquilo que desejam e de provocar mudanças profundas futuramente, com muito trabalho, dedicação e provando sua competência dia após dia.

No setor moveleiro são valiosas as características femininas, tais como: sensibilidade, percepção, empatia, facilidade em relacionamento interpessoal, versatilidade, resiliência. No ramo especifico moveleiro a contribuição pode ser acrescentada com a experiência de usuárias e consumidoras, já que quando se trata de cuidados com o lar, grande parte das decisões de escolha são tomadas pelas mulheres, ou seja, entendemos o que nosso consumidor precisa, o que pode facilitar a vida em uma residência”.

Elisa Toazza – gerente na Schattdecor

Arquivo pessoal

Elisa Toazza

“Acho que a mulher está constantemente sendo desafiada a mostrar suas habilidades e competências. Ainda temos muita desigualdade tanto na sociedade quanto no mercado de trabalho, em diversos setores que eram predominantemente masculinos. Vejo como grandes desafios para a mulher: se valorizar para ser valorizada, atingir cargos de liderança em grandes corporações, obter equiparação salarial, ter sua voz ouvida e ser respeitada como indivíduo competente e capaz.

As mulheres no setor moveleiro possuem grande capacidade de administrar projetos com equilíbrio entre razão e emoção – conciliando diversas áreas da vida. As mulheres agregam aos times, pois possuem capacidade de lidar com pessoas de diferentes idades, áreas e interesses. Além disso, especificamente para o setor moveleiro, vejo que as mulheres colocam emoção na escolha de projetos, criando identificação e empatia com o consumidor.”

Livia Zappa – diretora na CPI|Tegus

Arquivo pessoal

Livia Zappa

“Os desafios das mulheres no setor moveleiro são bem parecidos dos encontrados na sociedade brasileira de modo geral, ainda carregada de uma mentalidade que estereotipa a mulher. Ainda nos deparamos com muitos profissionais que julgam a capacidade de uma pessoa com base no gênero dela, que acham que por ser mulher uma pessoa não pode ocupar determinadas funções. Vejo um aumento no número de mulheres em cargos que antes eram vistos como típicos de homens, como chão de fábrica ou área de vendas.

Temos um desafio legal também. Gostaria muito que na nossa legislação a licença maternidade pudesse se tornar uma licença parental, e pudesse ser compartilhada entre a mãe e o pai. Isso ajudaria a não colocar toda a carga de responsabilidade nas costas da mulher. Os empregadores poderiam ver pais e mães da mesma forma, sem preconceitos. Mas infelizmente, ainda estamos distantes disso.

Como RH, gosto de olhar um profissional independente do gênero. Acho que qualquer pessoa pode ter e desenvolver competências e habilidades pra desempenhar bem uma função. Gosto muito quando escuto alguém elogiar uma mulher em funções que tradicionalmente eram ocupadas por homens, sinal que estão de desapegando de preconceitos. Rotular é a maior armadilha que se pode cair. Torço por um mundo em que mais e mais pessoas possam exercer seu trabalho com paixão e competência, não importa se for homem ou mulher. O mais importante é que as pessoas tenham a chance de poder mostrar seu trabalho”.

Priscila Abreu – gerente na Homag

Arquivo pessoal

Priscila Abreu

“Embora nas últimas décadas presenciamos a inserção cada vez maior da mulher em setores considerados “masculinos”, ainda há muitos obstáculos a serem superados: tais como a luta pela igualdade nos cargos de liderança, igualdade salariais e preconceitos – ainda temos que provar o nosso conhecimento e/ou capacidade.

Porém, ultimamente o tema tem sido muito debatido, o termo “empoderamento feminino” tem sido muito utilizado no mundo inteiro e acredito só através de discussões poderemos evoluir na busca pela igualdade de gêneros. Afinal, o que importa é a competência das pessoas, e não se é mulher ou homem.

Temos características diferentes dos homens, somos mais detalhistas, organizadas e analíticas. Conseguimos ter uma visão mais abrangente das situações. Quando estamos em cargo de liderança, acredito que criamos um ambiente de trabalho menos autoritário e mais colaborativo. Tendemos a ter mais empatia com os colegas de trabalho. Também sabemos lidar melhor com os imprevistos e crises”.

Daiane da Paz – executiva de vendas na Revista Móbile

Arquivo pessoal

Daiane da Paz

“Um dos grandes desafios continua sendo a necessidade da mulher ter de provar seu valor e sua capacidade para realizar algumas funções e assumir responsabilidades específicas do setor moveleiro. Isso gera uma obrigação para as mulheres se prepararem mais para cargos de liderança para minimizar a resistência e descrença de colegas de trabalho, bem como a desigualdade salarial. Com isso, outro desafio é atrair mais mulheres para esse setor tão desafiador e importante para a economia, desenvolvendo nelas confiança e motivação para se lançarem neste mercado.

A mulher desenvolve ao longo da vida várias características imprescindíveis que colaboram para o desenvolvimento do setor moveleiro. Organização, responsabilidade, proatividade, resiliência, relacionamento interpessoal, atenção aos detalhes, criatividade, etc., contribuem de maneira significativa para o desenvolvimento, crescimento e fortalecimento do setor moveleiro na sua totalidade.

Houve uma melhora significativa na valorização da mulher no mercado de trabalho como um todo. Exemplos diários de mulheres que se destacam nas mais variadas funções e setores encorajam mais mulheres a mostrarem seu potencial e conquistar seu espaço continuamente. A sociedade tem olhado de forma diferente para essas mulheres e isso é uma conquista diária que tem ganhado força ao longo dos anos, mas que não deve ser interrompida para se tornar algo habitual e não uma exceção”.

Sandra Somacal – diretora na Lamigraf

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Sandra Somacal

“De fato, nosso setor é tradicionalmente masculino, porém nos últimos anos podemos observar uma sensível mudança neste aspecto onde nós mulheres estamos conquistando cada vez mais espaço nas organizações. Atualmente podemos perceber várias empresas sendo geridas e/ou contando com a visão feminina em funções de gestão. Nós mesmo na Lamigraf temos uma das empresas do grupo sendo gerida por mulheres, contudo os desafios continuam principalmente no que tange ao equilíbrio entre a vida pessoal e a carreira, e a própria desigualdade salarial.

Se avaliamos que a decisão de compra de móveis passa muito pela opinião de nós mulheres, com certeza é fundamental considerarmos estas características para o nosso setor. Destaco algumas que ao meu ver são as principais: nós conseguimos realizar várias atividades ao mesmo tempo, até porque a nossa vida é assim, conciliar a mulher, mãe, esposa e profissional não é fácil, por isso, essa nossa característica nos dá uma visão generalista, que conhece um pouco de tudo e que deve ser aproveitado nas empresas principalmente do nosso setor.

Nós mulheres ao longo do tempo sempre tivemos que conquistar nossa liderança e espaço por nossas habilidades e por isso temos mais facilidade em criar relacionamentos interpessoais. Além disso, temos uma capacidade de perseverar e superar as adversidades superior a dos homens, com isso conseguimos manter o otimismo a motivação, além da firmeza na tomada de decisão”.

Quelli Cristina da Silva – gerente na Sankonfort

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Quelli Cristina da Silva

“Os desafios das mulheres no setor moveleiro continuam, com muita força, trabalho e determinação a cada ano venho conquistando êxito no segmento. Com “empoderamento feminino” tenho conquistado maior participação no mercado. Apesar de vivemos em uma era de discurso igualitário, as mulheres ainda enfrentam inúmeras barreiras, por serem consideradas o “sexo frágil”, porém quando temos a oportunidade de ocupação em cargos de liderança nos mostramos mulheres “superpoderosas”.

Com certeza a sensibilidade feminina contribui em inúmeras situações neste mercado, desde o desenvolvimento de novos produtos, com design inovador e principalmente harmonizando várias situações entre diversos departamentos onde predominam os homens”.

Marcia da Motta Peroba – diretora na Peroba Móveis

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Marcia da Motta Peroba

“Os desafios da mulher no mercado de trabalho estão sendo supridos pelas conquistas galgadas durante anos. Como afirmam, ‘em um setor tradicionalmente masculino, posso citar nosso exemplo, somos um grupo de mais de 20 mulheres que além de participarmos assiduamente nas empresas e em nosso sindicato, fundamos a Associação Feminina do Sindimol (Afemol) uma entidade sem fins lucrativos que já existe a mais de dez anos, executando trabalhos sociais voltados à comunidade atendendo crianças, jovens e idosos. Para nós, isso e uma conquista muito grande

De forma bem modesta, as mulheres estão cada dia mais em evidência no mercado de trabalho sejam como gestoras, seja na área de design, seja na área de produção, ou em outras atividades. Apesar de ainda haver restrições, o caminho e não se acomodar. Tem espaço pra todo mundo. Considerando o setor produtivo cada dia mais tecnológico, estamos quebrando muitas barreiras e podemos observar muitas mulheres em cargos que até pouco tempo, eram ocupados somente por homens.

Temos várias empresas compostas de diretoria masculina e feminina (em sua maioria familiar). Acredito que o sucesso destas empresas esteja na gestão conjunta, através da união, da troca de experiencias, dos bons relacionamentos com os fornecedores e funcionários”.

Kika Fazollo – executiva de vendas na Revista Móbile

“A mulher cada vez mais vem trazendo sua leveza, sua capacidade de interação e um toque diferenciado ao mercado. Existem desafios sim, somos mães, dupla jornada, muita cobrança que muitas vezes vem de nós mesmas. O preconceito existe, mas os tempos estão mudando e quem se render a ele, vai ficar ultrapassado. Não podemos focar nisso, precisamos todos os dias acreditar e mostrar nosso potencial, não acredito em mulheres mais ou menos competentes que os homens, acredito em determinação.

Arquivo pessoal

Kika Fazollo

Ninguém é igual a ninguém, cada pessoa tem suas características e competências, independente do gênero. Não podemos negar que existem restrições e preconceito, mas acredito que isso esteja diminuindo gradativamente. Devemos focar em nossas qualidades, ter consciência do nosso papel, importância e principalmente capacidade para atuar no mercado, seja ele qual for. Hoje, as mulheres estão muito bem preparadas para se destacar em qualquer setor.

Sabemos que um dos dons natos das mulheres é a agilidade e capacidade de lidar com mais de uma coisa ao mesmo tempo. Cada vez mais as mulheres estão se destacando em todos os setores e não seria diferente no setor moveleiro. Vejo a contribuição feminina cada dia mais forte nessa área. Estamos sempre em busca de uma constante melhoria, muitas vezes perseguimos o perfeccionismo. Essas características são marcantes em todas nós.

Me orgulho muito de fazer parte dessa legião de mulheres que acordam todos os dias, e independente de qualquer dificuldade, lutam pela sua família e contribuem tanto para o seu crescimento profissional e pessoal”.

Fernanda Simões Ferreira – coordenadora na Móveis Bettio

Arquivo pessoal

Fernanda Andrade Simões Ferreira

“A mulher deixou de ser apenas uma parte da família para se tornar uma ferramenta importante nas empresas. Por isso, esse ingresso no mercado é uma vitória. As funções exercidas, os cargos e as remunerações dessas mesmas mulheres ainda se encontram em desvantagem considerável quando comparados com os dos homens. Ainda somos vistas como um sexo frágil dentro das instituições. A maioria dos empresários são homens e que mesmo inconsciente ainda existe esse ‘tabu’ de que a mulher não tem potencial para ser um grande líder.

Mas hoje a mulher tem maior formação acadêmica, sempre está em busca de novos conhecimentos e se aperfeiçoando cada vez mais, além da facilidade que a ela tem de analisar pontos diferentes e tirar dessa analise novas possibilidades para crescimento profissional. A mulher possui uma postura mais dinâmica, centrada e cheia de energia. Nesse mercado competitivo quem pensa rápido e toma as decisões corretas sempre terá destaque de sucesso na sociedade”.

Rafaela Terra – gerente na Sier Móveis

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Rafaela Terra

“Eu acredito e vivencio a valorização da competência, independente do gênero. O desafio das mulheres no setor moveleiro, como de qualquer profissional, é se superar sempre. Ainda existe, na iniciativa privada, principalmente, essa questão da desvalorização da mulher em termos salariais, mas acredito que esta é uma realidade que pode ser alterada quando a mulher se posiciona enquanto profissional e mostra no que pode de fato contribuir em uma instituição.

Há muitos anos vemos mulheres em altos cargos, com voz de decisão e extremamente respeitadas. Contra competência não há argumentos. Apesar de a maioria ter jornadas duplas em função da casa e dos filhos, é preciso sempre melhorar, aprender mais, dividir tarefas, se organizar e buscar mais conhecimento.

O fator humano sempre terá seu destaque em uma indústria. A tecnologia executa, mas as ideias ainda são humanas. Características femininas como o cuidado, a persistência e uma visão mais ampla de um cenário, são extremamente importantes dentro de uma indústria. Esses atributos sempre serão valorizados”.

Andressa Melo – coordenadora na DJ Móveis

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Andressa Melo

“Acredito que nós mulheres conquistamos cada vez mais diversos mercados. Creio que a força, a determinação e a curiosidade nos façam ganhar mais espaço, mas os desafios são grandes e ainda enfrentamos muitas barreiras, pois nossas brigas por ocupações em cargos de liderança dependem muito de imposição, o que gera certos desconfortos.

Mas acredito que isso está mudando, estamos evoluindo muito nossa participação não só no mercado de trabalho, mas em ocupações de posições de poder no mundo.

Acredito também que devem-se esquecer os preconceitos e passar a enxergar uma sociedade melhor independente de gênero. Nosso Brasil só irá se desenvolver quando todos entenderem que as empresas só devem ter olhos para a capacidade de trazer resultados e para destacar pessoas pelo talento. Como cito acima, a curiosidade nos faz crescer e evoluir. Confiar em nossa competência, nos faz buscar a perfeição, e essas sim são características importantes para executar excelentes trabalhos”.

Brigida Maria Paschoalino Lopes de Andrade – diretora na Lopas

Arquivo pessoal

Brigida Maria Paschoalino Lopes de Andrade

“Nosso grande desafio é mostrar que podemos exercer os cargos de chefia e vejo que aos poucos estamos avançando. Um ponto é o reconhecimento da mulher pelas empresas e pela sociedade em que vivemos, com melhores salários, melhores escolhas profissionais nos cargos por nós ocupados, igualdade e confiança nos setores de mais importância.

A mulher passa por várias fases que nos exigem muito como a gestação e amamentação, além dos afazeres da casa, cuidar dos filhos e ter uma grande responsabilidade na educação destes. A falta de confiança e os preconceitos implícitos das pessoas pelas mulheres por serem mães, esposas e cuidarem do lar, isto faz com que dificultem a mostrar nosso valor de competência.

A contribuição feminina pode ser muito mais explorada, pelo fato das mulheres serem mais detalhistas e perfeccionistas. Muitas vezes nós enxergamos coisas que os homens não conseguem ver, isto faz a diferença nos processos. Nós mulheres é que fazemos girar este grande mercado: nós que solicitamos a troca dos móveis e junto com nossos esposos mobiliamos nossas casas”.

Camila Bartalena – gerente na Rehau

“O cenário realmente é desafiador, mas o mundo inteiro está de olhos abertos para os fatos que envolvem o empoderamento feminino e cada vez mais aceitam e respeitam o papel da mulher no mercado de trabalho. Existe, realmente, uma busca pela igualdade entre os gêneros. Nos últimos anos, as discussões sobre este tema são assumidas como interesse do próprio governo brasileiro, que já se comprometeu em reduzir em 25% a desigualdade na taxa de presença das mulheres no mundo do trabalho até 2025 – acordo firmado junto aos países do G20.

Divulgação Rehau

Camila Bartalena

Tal meta teria impacto significativo no PIB brasileiro, aumentando-o em 3,3%, ou R$ 382 bilhões, e acrescentaria R$ 131 bilhões às receitas tributárias. O setor moveleiro tem uma predominância masculina, no entanto a vez que a mulher se posiciona com conhecimento sobre o produto e mercado, todos respeitam. Há mais de 18 anos atuo neste segmento e nunca tive problema algum.

Mulheres são hábeis ao estabelecerem e gerenciarem relacionamentos interpessoais. Outro diferencial positivo de mercado para a mulher é a capacidade que ela desenvolveu naturalmente, por força da necessidade da gestão do lar, do ambiente familiar, de poder realizar várias atividades ao mesmo tempo. O mercado empresarial, atualmente, não é feito por especialistas profundos em apenas uma pequena área e nem por generalista que conhece um pouco de tudo. Mas sim pelo híbrido entre essas duas posições.

Hoje, as organizações demandam de pessoas que têm uma visão geral. Que sejam capazes de responder com profundidade por áreas que são vitais para a sobrevivência da companhia e, ao mesmo tempo, têm conhecimento superficial para atuar em áreas periféricas. Além disso, as mulheres, costumam manter a atenção e o foco multifacetado, demonstrando grande habilidade em atividades que requerem o desenvolvimento paralelo de processos ou projetos.

A capacidade de resiliência e perseverança que a mulher tem também é uma característica muito marcante. Essa capacidade de superar adversidades, se manter firme no propósito, de elaborar caminhos estratégicos para conseguir seus grandes objetivos e, ainda, de manter otimismo e firmeza aos propósitos mesmo diante de situações complicadas atribuem à mulher um forte equilíbrio na condução e elaboração de estratégias nas organizações. De fato, as mulheres demonstram grande capacidade de assimilar ocasiões adversas e reverter aspectos negativos para situações otimistas e melhores.

Esquecer os preconceitos e passar a enxergar uma sociedade melhor, independe de gênero. O importante é o talento e a capacidade de trazer resultados. E que exista respeito por isto, pois a valorização deve ser de todos os gêneros que agreguem ao setor.”

Lélia Ruffato – diretora no Grupo Ruffato

Arquivo pessoal

Lélia Ruffato

“Os desafios das mulheres no setor moveleiro em cargos de lideranças é o que já gera, por parte de nós, um grande desconforto. É preciso reverter este quadro, pois existem muitos obstáculos, machismo e etc. Uma das maiores dificuldades em mostrar nosso valor em competência é a discriminação. Por mais que nos esforcemos demonstrando nossos conhecimentos, lideranças e carisma.

Nossas contribuições são voltadas para abordagens criativas e inovadoras direcionadas ao desenvolvimento organizacional. Como análise e estratégia de negócios e gestão de recursos humanos, junto aos clientes, nos aproximando mais através de visitas, bate-papo informal, nos tornando confiáveis em nossas negociações. Só assim conseguiremos desvencilhar as barreiras da concorrência e sermos melhores no que fazemos.”

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